Cupim - Métodos de Prevenção
De uma maneira geral, prevenir uma infestação de qualquer praga implica em se impedir o acesso dela ao ambiente estudado e a limitar a disponibilidade de fatores que permitam sua sobrevivência. Estes fatores são basicamente três: alimento, umidade e abrigo.

A seguir analisaremos cada um destes aspectos.

Vias de Acesso para os Cupins

Quando estudamos o comportamento dos cupins, chegamos à conclusão que eles podem penetrar em uma estrutura de várias maneiras, sendo as principais:

1. Através da revoada dos alados

Os cupins adultos possuem asas e estão prontos para a reprodução. Quando encontram a temperatura e umidade adequada saem em revoada para formar um novo ninho.

Colônias de cupins subterrâneos e de cupins de madeira seca são formadas a partir da revoada dos alados. Conseqüentemente, a infestação de ambos os cupins podem ter origem na revoada. A sobrevivência deles e o sucesso na formação de um novo ninho dependerá da disponibilidade do abrigo. Os alados de cupins de madeira seca irão procurar por madeira para se abrigarem e formar a colônia, e os alados de cupins subterrâneos poderão ter preferência pelo solo, seja ele solo de floreiras, vasos e jardins, ou pela madeira, desde que esteja próxima a um ponto de umidade.

2. Através de madeiras já infestadas

A colocação de madeiras já infestadas com cupim de madeira seca, em contato com outras, permite que o ataque inicial se estenda à outra madeira. Por outro lado, o transporte de madeira em grande quantidade, com um ataque pronunciado de cupins subterrâneos, podem fazer com que os indivíduos remanescentes formem uma outra colônia por cisão da colônia principal.

3. Através de frestas e ranhuras

Os cupins subterrâneos, em sua busca por alimentos, entram nas edificações por rachaduras e frestas na estrutura, principalmente quando as mesmas se apresentam em uma área de contato com o solo ou próximas ao solo. Como frestas existentes na estrutura podemos citar os blocos ocos (tijolo "baiano"), juntas de dilatação, juntas frias existentes entre duas estruturas de concreto, inserções de canos hidráulicos, conduítes elétricos, rachaduras existentes em pisos de concreto, etc.

As formas aladas dos cupins também podem dar origem a uma infestação na estrutura, embora esta possibilidade seja particularmente pouco expressiva quando comparada com infestações originadas por colônias localizadas no solo. Neste particular, novamente as rachaduras e frestas na estrutura desempenham um papel fundamental na proliferação desta infestação para outros locais da estrutura.

Desta maneira, quer a infestação seja originada de colônias estabelecidas no solo ou de cupins alados que formarão seus ninhos na estrutura, rachaduras e frestas são fundamentais para que o cupim adentre a estrutura.
Por este motivo, a necessidade de correção na estrutura do local.

Fatores que favorecem o ataque

Dentre os fatores que favorecem a intensidade de infestação por cupins em uma estrutura quando se encontram nas proximidades da mesma, podemos citar:

1. Enterrio de entulhos

É muito comum em prédios, durante a construção, que restos de madeira utilizados nas formas de concreto, sejam deixados nos chamados "caixões perdidos", espaços entre um andar e outro sem função específica, a fim de diminuir custos com o descarte de entulhos. Da mesma maneira, o solo ao redor da estrutura é utilizado para o enterrio deste material, rico em celulose, que se transforma em fonte de alimento para os cupins, favorecendo a proliferação destes insetos ao redor da construção. Em sua busca contínua por novas fontes de alimento, os cupins encontrarão passagens naturais para infestarem a estrutura.

2. Espaços entre estruturas, tais como vãos livres e frestas

Estes espaços, muitas vezes pouco ventilados, permitem um abrigo útil ao desenvolvimento de uma colônia sem que seja perturbada por fatores externos. Muitas colônias em prédios são encontradas nestes espaços disponíveis na estrutura.

3. Solos orgânicos (com raízes abaixo das construções)

Da mesma maneira, raízes deixadas abaixo de construções são fontes de material celulósico, servindo de alimento para cupins.

4. Árvores cortadas ou agredidas (mal podadas)

Quando os troncos de árvores são cortadas e seus raizames são deixados no solo, eles se tornam fonte de alimento para cupins. Muitas vezes, em inspeções, encontramos ninhos de cupins associados ao raizame morto de uma árvore cortada. Nestas situações vale a pena retirá-los do solo por ocasião do corte do tronco.

Já árvores mal podadas ou agredidas, apresentam ferimentos onde os cupins alados podem se alojar e, a partir daí, desenvolverem uma colônia.

5. Condições de umidade

Áreas mal drenadas em gramados e outras condições que favorecem a umidade excessiva em um determinado local (tal como colocar pneu em volta de árvores, áreas com torneiras gotejando, etc.), podem favorecer o desenvolvimento de cupins pelo fato dos mesmos necessitarem de umidade para sobreviver. Estas condições de umidade devem ser corrigidas para um efetivo controle da infestação.

Outras medidas preventivas

Existem ainda, uma série de medidas que podem ser consideradas preventivas do ataque de cupins, a saber:
1. Uso de madeiras tratadas durante a construção do imóvel ou montagem dos móveis.
2. Colocação de telas para prevenir a entrada de alados nas áreas internas da estrutura.
3. Uso de madeiras naturalmente mais resistentes.
4. Proteção da superfície exterior das madeiras com tintas, vernizes ou outras coberturas apropriadas, com o objetivo de tapar frestas e ranhuras onde os cupins possam se alojar.

Os xilófagos (xilo-madeira, fagos-alimento), conforme o nome diz são insetos que se alimentam de madeira e/ou material celulósico.
Pragas que podem causar doenças crônicas diretamente ou indiretamente em edificações. Há vários tipos de insetos xilófagos sendo de nosso interesse:
Coleópteros - brocas e carunchos
Isópteros - cupins vulgo aleluias, bicho de luz, cupins de concreto, etc.
Os cupins pertencem à ordem Isoptera, que contém cerca de 2800 espécies catalogadas no mundo, conhecidos como pragas de madeira e de outros materiais celulósicos. Estes provocam consideráveis danos econômicos. São insetos eusociais, podendo ter em suas colônias milhões de indivíduos.
Entre as várias espécies caracterizadas como pragas urbanas, temos os cupins subterrâneos e os cupins de madeira seca.

Cupim de Madeira Seca
Cryptotermes brevis, chamado popularmente de cupim de madeira seca, normalmente esta restrita à peça atacada, não tem capacidade de passar de uma madeira infestada para outra, somente quando há ponto de contato entre ambas as madeiras. O tamanho da colônia é proporcional ao tamanho da peça atacada, sendo assim normalmente, apresentam colônias pequenas, com cerca de 300 indivíduos a poucos milhares, compensado o pequeno tamanho da colônia e pelo grande número de colônias que podem ser encontradas em uma determinada estrutura.
São sensíveis à umidade e, portanto, à perda de água. Esta sensibilidade é tamanha que suas fezes são formadas por pelotas fecais secas, estas fezes ficam armazenadas em uma câmara no ninho e podem ser usadas para fechar canais para fins de defesa.
O ciclo de vida e formação de sua colônia e semelhante ao Cupim de Solo ou Subterrâneo.
Dicas de Prevenção
Vistorie periodicamente, rodapés, forros, armários, estantes, esquadrias e outras estruturas de madeira;
Deixa rastros grânulos amontoados, próximos à madeira infestada, o que torna fácil detectá-lo;
Se perceber que existem peças isoladas infestadas, jogue fora o móvel;
Em bibliotecas e arquivos, quando possível, prefira estantes metálicas;

Cupim de Solo ou Subterrâneo
São denominados cupins subterrâneos por construírem seus ninhos no solo, sendo que estes podem construir seus ninhos em vão estruturais, como: caixões perdidos em edifícios, vãos entre lajes, paredes duplas, ou qualquer outro espaço confinado que exista em uma estrutura, seja ela uma residência, indústria ou comércio. Esta e uma característica que o diferencia dos cupins de madeira seca, cujos ninhos estão confinados à madeira infestada.
Nas espécies que constroem seus ninhos no solo ou nas edificações podemos destacar: Coptotermes havilandi, Nasutitermes spp., Heterotermes tenuis, Rhinotermes spp., Reticulitermes spp., entre outras.
O Coptotermes havilandi é a espécie invasora de estruturas de maior importância econômica no Brasil.
Entre os insetos xilófagos (xilo=madeiras, fagos=alimento), os cupins subterrâneos são uns dos mais agressivos, saindo do ninho em busca de alimentos, perfurando materiais como o concreto, podendo ultrapassar 500m, desta forma danificam estruturas de madeiras ou mobiliários, redes elétricas, telefonia e outros.
Sua colônia é formada por indivíduos que exercem funções especializadas. A especialização faz com que os indivíduos de uma colônia possuam diferentes formas (polimorfismo), devidamente adaptadas à função que irão desempenhar.
Existem basicamente três tipos de funções ou castas de indivíduos em uma colônia: Operários, Soldados e Reprodutores alados.
Casta dos operários - indivíduos responsáveis por todas as funções rotineiras da colônia, tais como, obtenção de alimento, alimentação de indivíduos de outras castas, inclusive o rei e a rainha, construção e conservação do ninho (reparação por danos e limpeza),cuidados com os ovos.
Casta dos soldados - tem a função de guarda do ninho e proteção dos operários durante a busca de alimentos. Como estrutura de defesa, possui uma potente mandíbula que pode esmagar e cortar, cabeça dura e volumosa que pode obstruir passagens estreitas do ninho contra a penetração de inimigos naturais. É interessante mencionar que os formatos da cabeça e das mandíbulas podem ajudar na identificação da espécie infestante.
Casta dos reprodutores alados - formada por indivíduos sexualmente definidos (machos e fêmeas) responsáveis pela reprodução, com o aparelho reprodutor desenvolvido. São os famosos siriris, siri-siris ou aleluias, que saem do ninho com o objetivo único de encontrar um local onde possam se reproduzir, formando outro ninho de cupins. Este fenômeno de dispersão é conhecido como revoada ou enxamagem e ocorre principalmente em épocas quentes e úmidas, normalmente no período da tarde, próximo ao anoitecer. Caso o casal não se encontre durante o vôo, a fêmea libera um feromônio sexual que irá atrair o macho, então eles partem para um local seguro onde ocorre o acasalamento e iniciam a nova colônia, a partir daí estes cupins são chamados de rei e rainha (casal real da colônia).
Podemos resumir em: ovos, formas jovens (ou ninfas) e adultos. A rainha coloca ovos que se transformam nas formas jovens. As formas jovens, por sua vez, podem se diferenciar em operários, soldados e reprodutores alados.
ALGUMAS MEDIDAS QUE DEVEM SER TOMADAS NO PERÍODO DE CONSTRUÇÃO:
Remoção de todo o entulho de madeira da área a ser construída, troncos, raízes de árvores, madeiramento de escora de cortes etc.
Remoção de todas as formas de madeira utilizadas na construção.
Tratamento preventivo de toda a madeira a ser introduzida e fixada na edificação.
Somado a estas medidas os Métodos Preventivos contra infestações de CUPINS SUBTERRÂNEOS são essenciais. O método a ser escolhido deve ser compatível com o tipo de edificação, ter eficiência comprovada, poder controlar a praga a qualquer tempo, ser seguro ao meio ambiente etc. Logo este devera ser feito por uma empresa especializada.

Link para cupins
Reprodução dos Cupins
Reprodução dos Cupins
Caso já tenha visto os operários cupins vivos ou olhado fotos deles no ninho, deve ter ficado com a impressão de que são quase larvas. Eles não têm exoesqueletos rígidos como vários outros insetos. Em vez disso, parecem macios e leitosos. Parecem com larvas porque, sob vários aspectos, eles são larvas. Os únicos cupins totalmente maduros na colônia inteira são o rei e a rainha. Mesmo os outros reprodutores são neotônicos, sendo sexualmente maduros mas com características de larva.

Esse estado perpétuo de larva dá muita flexibilidade aos cupins. Basicamente, todos começam como ovos, e todos os ovos são capazes de se desenvolver em membros de qualquer casta. Os ovos dão origem a larvas e, por meio de uma série de mudas, as larvas se transformam em operários. Os operários podem passar por uma muda de dois estágios e se tornar soldados. Os cupins mais velhos podem até passar por mudas regressivas e voltar a um estágio anterior. Quando chega a hora de uma colônia formar enxames, alguns operários se transformam em adultos com asas chamados de alados. Os alados se reúnem na entrada da colônia e se preparam para fazer seu único vôo, conhecido como vôo nupcial. Seus corpos endurecem e ficam negros com a exposição ao ar, fazendo que comecem a lembrar formigas voadoras.

Os cupins costumam formar enxames na primavera, quando o ar está mais úmido e calmo, geralmente após uma chuva. Várias espécies fazem isso simultaneamente, mesmo se suas colônias são muito distantes. Os cientistas não têm certeza sobre como isso acontece, mas suspeitam que ajuda a melhorar a diversidade genética ao permitir que cupins de diferentes colônias acasalem. E isso é muito importante porque a maioria dos alados não vive o bastante para ter filhos. Em vez disso, tornam-se comida de pássaros, sapos e outros animais. Após um alado macho e uma fêmea formarem um casal, pousam e quebram suas asas. Agora, são chamados de dealados. Então, eles procuram abrigo, normalmente um pequeno buraco ou depressão próximo do solo e de madeira, e selam o ninho com saliva, solo e seus próprios dejetos. Então ocorre a cópula, e a nova rainha põe os ovos. O rei e a rainha cuidam da primeira geração da nova colônia sozinhos até que tenham criado operários o bastante para assumir essa tarefa. Os operários expandem o ninho, e o abdôme da rainha aumenta para que ela possa pôr mais ovos. Leva de dois a quatro anos para que a colônia fique pronta, e então o ciclo começa novamente com um novo grupo de alados indo embora para formar novas colônias.
Além de colocar ovos, o rei e a rainha produzem feromônios que ajudam a regular a vida na colônia. Esses feromônios determinam quantas lavas se tornarão operários, soldados e alados. Caso o rei ou a rainha morra, esses feromônios desaparecem, fazendo que um dos reprodutores secundários ou terciários se torne o novo reprodutor primário, algumas vezes após matar a concorrência. As rainhas podem viver até 25 anos, ao passo que a maioria dos operários vive entre dois e cinco anos. As colônias de cupins podem sobreviver por muito tempo, e em algumas espécies as rainhas põem milhares de ovos por dia. Essas são as razões pelas quais os ninhos de cupins podem ser enormes.

Brocas
Conhecidas como brocas de madeiras, as espécies mais importantes que causam danos em móveis são as das famílias Anobiidae, Bostrichidae, Curculionidae e Lyctidae.
Descrição Biológica
Cabeça normal, arredondada, também podendo ser alongada, formando um rostro. Antenas localizadas na fronte e variando conforme espécies. A principal característica é o primeiro par de asas modificado em élitros, de consistência coriácea ou córnea, protegendo o segundo par de asas membranosas, dobradas (quando em repouso). O abdome em geral é totalmente recoberto pelos élitros. O adulto vive fora da madeira, utilizando-a para deposição dos ovos, onde as larvas, posteriormente, irão se abrigar e ali se alimentar até atingirem o estágio de pupa. Atingem de 1 a 3 mm.
Apresentam desenvolvimento holometabólico e reprodução sexuada. O adulto deposita seus ovos em furos ou fendas existentes na madeira, após 1 ou até 4 semanas os ovos eclodem e surgem as larvas, que permanecem dentro da madeira (se alimentando) até empuparem, período que dura cerca de 1 a 4 semanas e, já mais próximo à superfície, a pupa transforma-se em adulto. Este ciclo pode durar de 1 a 3 anos.
Os danos causados por coleópteros são em menor proporção que os causados pelas térmitas, porém, também requerem atenção. Apenas as larvas causam danos, pois é nesse período que o inseto se alimenta da madeira, formando verdadeiras galerias dentro dela. Uma característica que facilita a identificação de uma infestação por brocas é a presença de furos nas peças de madeira, mas, principalmente, a presença de um pó ou serragem bem fina, assemelhando-se a um talco, próximo à peça. É importante ressaltar que a textura desse pó é que diferencia uma infestação de brocas de uma de cupins de madeira seca. Existem várias espécies de brocas que infestam madeira.